quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

IMACULADA CONCEIÇÃO





Porei inimizade entre ti e a mulher, 
entre a tua descendência e a dela. 

Leitura do Livro do Gênesis 3,9-15.20 

Em 08 de Dezembro de 1854 o Papa Pio XI tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria, declarando que Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. Então, quatro anos depois, a própria Virgem Maria, em pessoa, quis confirmar este dogma. Foi quando, em 25 de março de 1858, na festa da Anunciação, revelou seu nome a Santa Bernadete, nas aparições de Lourdes. Disse-lhe ela: “Eu sou a Imaculada Conceição”. 

Um dogma não pode ser jamais questionado, pois é uma verdade da nossa fé, mas deve e precisa sempre ser interpretado, para que não se fomente no coração do povo de Deus uma fé sem conexão com a natureza humana e sem compromisso com a história. 

Por muito tempo, na vida da Igreja, uma corrente excessivamente moralista defendeu a ideia absurda de que o pecado original estava ligado à sexualidade humana, e a partir disso, passou-se a olhar a Imaculada Virgem Maria, como mulher que Deus preservou do pecado da sexualidade, uma vez que foi concebida pelo poder do Espírito Santo, sem a participação de José e daí, colocou-se castidade e virgindade em uma mesma “gaveta”, e Maria começou a ser exaltada não por aquilo que ela ERA, mas por aquilo que NÃO ERA (Maria não tinha tido relação com São José e por isso estaria acima de todas as mulheres da terra) 

O resultado disso foi no mínimo catastrófico: o sexo era, e para muitos ainda é, o mais grave de todos os pecados, conceito inculcado por uma catequese equivocada. A própria Igreja, em sua história, chegou a considerar o sexo no casamento, como um “mal” necessário. Permitia-se a relação sexual entre homem e mulher apenas para a preservação da espécie. Olhando-se, então, por esse viés, os filhos gerados num casamento eram frutos do pecado, menos Jesus Cristo, gerado por obra do Espírito Santo. Nesse caso, não há como fundamentar o Dogma da Imaculada Conceição, pois Maria nasceu da união carnal de Santa Ana e São Joaquim, portanto, como todos os mortais: Fruto do “pecado” da sexualidade, foi de fato concebida sem a mancha do pecado original, mas não foi gerada pelo Espírito Santo... 

A questão é que, se olharmos para Jesus na teologia Joanina, fica mais fácil de entendermos não só esse como todos os demais dogmas marianos. Se para os sinóticos Mateus, Marcos e Lucas, o ponto de partida da Cristologia é a Encarnação, João o coloca em seu devido lugar, como a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Então, a pré-existência do Verbo Divino dá ênfase à precedência sobre Maria de Nazaré. Tudo em Maria nos leva a Jesus, inclusive os dogmas proclamados solenemente pela Santa Igreja e não o contrário. 

Os dogmas da Imaculada Conceição e da Virgindade de Maria, revelam a autenticidade do messianismo de Jesus. Ele é o Messias Salvador de toda humanidade, não só dos Judeus como até então se pensava. O Pecado do qual ele nos libertou, não é do pecado da sexualidade e nem foi este o pecado original de Adão e Eva, mas sim o da DESOBEDIÊNCIA, da não submissão aos Desígnios Divinos, e à sua Santa Vontade. Aliás, há aqui uma grande ironia: o homem quis ser Deus, ocupando o lugar que lhe pertence, e Deus se tornou homem em Jesus Cristo, invertendo a ordem estabelecida pelo pecado: o Grande se faz pequeno, justamente para mostrar a sua Grandeza, presente concretamente no Amor que se rebaixa para Servir (Kénose). 

Aí está o verdadeiro sentido desse dogma. Maria é imaculada, sem nenhuma mancha ou culpa, não pelo seu próprio esforço ou por algum detalhe a mais ou a menos no seu organismo, mas sim, porque nela, Jesus antecipou a Salvação de toda humanidade, o Pai a preservou. Aquele que veio para nos libertar não poderia nascer de alguém submetida ao pecado. Eva, que prefigura a humanidade, e Maria de Nazaré foram, em sua origem, preservadas de todo mal. Entretanto, Maria, obediente e fiel à sua origem, assim se manteve, enquanto que Eva, usando mal da sua liberdade, fez uma escolha contrária ao plano divino, perdendo para a serpente, que Maria esmagou sob os pés. 

O que caracteriza Maria como Imaculada é precisamente essa vitória sob as forças do mal, representadas pelo dragão, esmagado pelos seus pés (quase sempre representado pela serpente) e a meia-lua. Dois símbolos fortes, oriundos tanto da cultura universal quanto das páginas bíblicas. 

O termo Imácula, vem do latim Imaculare (sem mancha alguma) assim se manteve Maria, e assim também se mantém todo aquele que crê em Jesus Cristo – Filho de Deus, pois quando se permite que Deus preencha todo o nosso ser. Submetendo-nos a ele como servos e servas, o mal não nos domina, apesar da concupiscência da carne, e assim, primeiro Maria, que nos precedeu como a primeira a ser salva, um dia em nós também a salvação será uma feliz e acabada realidade, quando a graça se tornar plena, após a purificação da santa morte. Maria já viveu essa feliz e eterna realidade nesta terra e depois dela, também viverão todos os que creem... O dogma da Assunção confirma que Maria era mesmo Imaculada e não teve necessidade da purificação da morte, como todos nós mortais teremos que experimentar, para concluir a passagem para a comunhão plena e definitiva com Deus Pai na Trindade Santa, com todos os anjos e santos... depois de vencidas as forças do mal, que Maria derrotou por primeiro, como consequência da salvação nela antecipada. 

Imaculada Conceição de Maria ...ROGAI POR TODOS NÓS, AMÉM ! 



Diácono José da Cruz 

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POEMA À VIRGEM MARIA FEITA PELO DEMÔNIO





Esta poesia fala sobre a Imaculada Conceição. Veja a explicação de sua origem:





POEMA À VIRGEM MARIA feita pelo próprio demônio dominado por dois padres italianos dominicanos em 1823, num possesso analfabeto. Eles pediram ao demônio que fizessem um soneto com rimas MÃE/FILHO sobre a Imaculada Conceição de Maria. O dogma só foi proclamado pela Igreja 31 anos mais tarde, em 1854. Os sobrenomes dos padres eram Pignataro e Gassiti. Eis o poema. É claro que em língua portuguesa perde um pouco o tom do original. 


Verdadeira Mãe que sou de um Deus que é meu Filho,
E sou sua filha, ainda que sua mãe.
Ab Aeterno (desde a eternidade) foi gerado, e é meu Filho,
No tempo nasci eu, mas sou sua mãe.


Ele é meu Criador e é meu Filho,
Sou criatura sua e sou sua mãe;
Foi prodígio divino ser meu Filho,
Um Deus Eterno, que me tem por Mãe.


Ser quase comum entre Mãe e Filho,
Porque o ser do Filho teve a Mãe
E o ser da Mãe teve também o Filho;


Pois se o ser do Filho teve a Mãe,
Ou se dirá que foi manchado o Filho,
Ou, sem mácula, tem que ser a Mãe.