Marga (PSSC= Petit Soeur Sacré Coeur)
(Traduzida pelo Prof. Pedro Paulo Scandiuzzi)
Ir ao encontro do outro requer uma forma especial de atenção “uma atenção nazarena”
Chamados a nos descalçar
para acolher Deus que se revela a nós sobre a terra do nosso cotidiano, convidados a embarcarmos ao ritmo de uma vida pacífica que nos permite de centralizar nosso coração no essencial...
para acolher Deus que se revela a nós sobre a terra do nosso cotidiano, convidados a embarcarmos ao ritmo de uma vida pacífica que nos permite de centralizar nosso coração no essencial...
Tudo isto exige nascer em nós, pouco a pouco, uma ‘atenção” especial.
Os evangelhos mostram Jesus como um homem extremamente atencioso, capaz de perceber detalhes que passam despercebidos a outros.
Esta atenção pede uma capacidade que leva uma longa aprendizagem e bons mestres. Maria e José ensinou a Jesus de não se prender nas aparências mas sim no interior das pessoas e percerber valores nos pequenos gestos de total generosidade que são as partilhas dos pobres (a viúva do templo).
Esta atenção fez de Jesus um homem contemplativo que descobre a ação de Deus no mundo, a presença do Reino no meio dos homens apesar de todas as aparências.
Graças a esta atenção contemplativa, Jesus percebe as dores mais profundas da humanidade ferida e encontra “a palavra e o gesto oportunos” para curar e consolar.
A espiritualidade de Nazaré é uma escola privilegiada de atenção, a atenção profunda do coração. Existe efetivamente uma forma de “atenção” necessária para viver em sociedade mas, afinal das contas, superficial e que se reduz às cortesias, às boas maneiras. Uma pessoa pode ter uma outra ‘certa atenção’ que respondem a códigos precisos de urbanidade, sem por isto estar verdadeiramente atenta ao que o outro vive ou sofre.
A atenção profunda que nos ensina Nazaré nasce da paz interior e não pode se desenvolver no meio de stress. Por isto, uma ‘higiene de vida’ psicológica, espiritual, de relações, é tão importante....Não devemos acumular de compromissos, de encontros, de leituras, de formação....
Buscar uma atenção que permite encontrar o outro, de acolher, de escutar em profundidade. Quantas vezes nós vemos sem olhar, e ouvimos sem escutar! Nossa cultura cheia de estímulos visuais e sonoros não nos ajudam muito. É porque a atenção que Nazaré propõe é um valor contra-cultural que nos anima a viver bem inseridos no cotidiano. Veja alguns exemplos cotidianos desta atenção que me permite ir ao encontro do outro no ‘meu Nazaré’ (cada um pode encontrar outros exemplos):
Eu não posso dar um pedaço de pão a todas as pessoas que pedem no metrô, mas eu posso fechar o meu romance ou deixar o meu celular e escutar o que a pessoa do meu lado diz, a fala de cada um, a fala monótona e pouco crível. Eu posso deixar penetrar por aquilo que a pessoa diz, eu posso acolher seu sofrimento ou seu desespero, eu posso apresentar esta pessoa a Jesus...
Eu não posso evitar as guerras nem a confrontar mas eu posso estar atento a ‘salvar a proposição de cada um’ concedendo o benefício da dúvida. Eu posso calar a boca e não jogar palha sobre o fogo em uma discussão que não leva a nada.
Eu posso ajudar um irmão ou uma irmã sem que eles me peçam. Eu posso responder com humor e não com violência a uma pessoa que vive no meu pé o dia todo.
Essas são algumas formas de atenção cotidiana, com pé no chão, mas que verificam concretamente e com realismo os grandes valores que nós estamos engajados a viver.
Certamente, a atenção mútua da Santa Família de Nazaré conheceu também situações que, na sua banalidade e sua pouca importância, forjaram pouco a pouco o aprofundar contemplativo de Jesus.
Obs.
PSSC (Petit Soeur Sacré Coeur – irmãzinhas do Sagrqado Coração – primeiro grupo de religiosas que seguiu as pegadas do ir. Carlos)
Descalçar : no mundo mulçumano para rezar é necessário tirar os sapatos e deixar na porta do templo.
Texto retirado da pag. 27-28 do boletim das Irmãzinhas do Sagrado Coração – janeiro de 2018
Ele tomou fez critérios de como vive a nossa sociedade atual... a pobreza como a possível vinda amorosa daqueles que nada em, pois somos libertos de nossos apegos, pobres para ser livres, livres por amor, como Jesus... o celibato evangélico como audácia para aproximar daqueles que não tem nenhum lugar, ninguém, nenhuma esperança, e a obediência como sim de dizer a diferença de Deus, o Todo Outro, esse a quem Jesus mesmo consentiu sob a cruz ....Pois nos convidou a refletir: como utilizar a palavra do pobre para que ela seja entendida?