quarta-feira, 13 de maio de 2020

CANONIZAÇÃO DE C. DE FOUCAULD


Papa reconhece milagre atribuído à intercessão do Beato Charles de Foucauld e ele será canonizado 

Notícia dada em 27/05/2020. O reconhecimento foi feito em 26/05/2020

CARLOS DE FOUCAULD, PRONTO CANONIZADO


Francisco aprova o milagre atribuído à intercessão do mártir

O Papa canonizará Charles de Foucauld, o “padre do deserto”


O amigo dos Tuaregues, e mártir, foi o inspirador de uma corrente de pensamento e reflexão que chega aos nossos dias.

Atualmente a «família espiritual de Charles de Foucauld» compreende várias associações de fiéis, comunidades religiosas e institutos seculares de leigos e sacerdotes.

“Conheço tua miséria, as lutas e tribulações de tua alma, a fragilidade  e as doenças de teu corpo; conheço tua covardia, teus pecados e tuas fraquezas. Apesar de tudo, te digo: dá-me teu coração, ama-me tal como és”

Charles de Foucauld será santo… se é que alguém pensasse que já não o era. O mestre do deserto, da pregação com a própria vida (até dá-la, em Tamanrasset, em 1916), de quem seus críticos afirmavam que jamais converteu ninguém, será canonizado, pois hoje, dia 26/05/2020, o Papa aprovou o milagre atribuído à sua intercessão.

O "Irmão Universal" nasceu em Estrasburgo, a 15/19/1858. Órfão aos 6 anos, cresceu com sua irmã Maria, sob os cuidados de seu avô, orientando-se para a carreira militar. 

Já adolescente, perde a fé. Conhecido pelo seu gosto de vida fácil ele revela, não obstante, uma vontade forte e constante nas dificuldades. Empreende uma perigosa exploração a Marrocos (1883-1884). O testemunho de fé dos Muçulmanos desperta nele um questionamento sobre Deus: "Meu Deus, se existes, faz com que eu te conheça"!

Regressando à França, ele se emociona muito com a acolhida discreta e carinhosa de sua família, profundamente cristã, e começa uma busca. Guiado por um sacerdote, o Padre Huvelin, ele encontra Deus em outubro de 1886. Tem 28 anos. "Logo que compreendi que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa senão viver só para ele". 


Durante uma peregrinação à Terra Santa, descobre sua vocação: seguir a Jesus em sua vida de Nazaré. Passou 7 anos na Trapa, primeiro N. Sra. das Neves, depois Akbés, na Síria. Logo depois viveu só em oração e adoração junto às Clarissas de Nazaré. 

 Ordenado sacerdote aos 43 anos (1901), partiu para o Saara, primeiro a Beni-Abbés, depois Tamanrasset, entre os Tuaregues do Hoggar. Quer ir ao encontro dos mais distantes, "dos mais esquecidos e abandonados". 

Quer que cada um dos que o visitam o considerem como um irmão, "o irmão universal". Ele quer "gritar o evangelho com toda  sua vida" num grande respeito pela cultura e pela fé daqueles em meio do qual vive. "Eu quisera ser bom o suficiente para que eles digam: "Se tal é o servidor, como então será o Mestre..."?

Ao entardecer do dia e de dezembro de 1916, foi assassinado por um grupo de rebeldes que cercava sua casa. 

Sempre sonhou partilhar sua vocação com os outros: depois de haver escrito várias regras religiosas, pensou como a "vida de Nazaré" poderia  ser vivida em qualquer lugar e por todos.       


PDF: CARLOS DE FOUCAULD, PRONTO CANONIZADO


Com Charles de Foucauld, Papa canonizará estilo de vida cristã da Igreja do Magreb, diz cardeal

"O Irmão Charles, que para traduzir os Evangelhos aprendeu a língua dos Tuaregues, compondo um léxico e uma gramática nesse idioma, não exorta porventura as pessoas que se inspiram no seu carisma a entrar em diálogo com as culturas dos homens de hoje e a percorrer o caminho do encontro com as outras tradições religiosas, em particular com o Islão? Assim, as diferentes comunidades religiosas serão verdadeiramente "como comunidades comprometidas num diálogo de respeito, e nunca mais como comunidades em conflito" (Discurso de São João Paulo II na Mesquita Omeyade, em Damasco, na Síria, a 6 de maio de 2001).


Vatican News


A decisão do Papa Francisco de canonizar Charles de Foucauld, canoniza por assim dizer o estilo de vida cristã da Igreja do Magrebe, cujo carisma tem suas raízes no norte da África. Esta é a leitura do cardeal Cristóbal López Romero, arcebispo de Rabat, Marrocos, ao comentar o anúncio nesta semana do reconhecimento por parte do Papa Francisco de um milagre atribuído à intercessão do religioso francês falecido na Argélia em 1916.


"É um grande estímulo para nossa ação pastoral - escreve o purpurado em uma carta aos fiéis - é a consagração de uma espiritualidade que apoiamos e promovemos".



O cardeal López Romero recorda que na escola de Charles de Foucauld formaram-se padre Charles-André Poissonnier e padre Albert Peyriguère, que deixaram uma forte marca na Diocese de Rabat, fortalecendo aquela que o próprio cardeal chama de "espiritualidade e tradição franciscano-foucauldiana".

O arcebispo de Rabat também convida os fiéis da diocese a acompanharem o Rosário que o Papa Francisco rezará na Gruta de Lourdes nos Jardins Vaticanos no final da tarde de sábado, em conexão com vários santuários marianos o redor do mundo, e que devido à emergência coronavírus tiveram que interromper suas atividades e peregrinações.

A transmissão ao vivo estará disponível também no portal da arquidiocese e em seus canais nas redes sociais.