São Carlos de Foucauld, rogai por nós!
Pe. Geovane Saraiva*
Na mais viva esperança de vermos novas todas as coisas, somos agradecidos ao bom Deus pelo dom da vida do Irmão Carlos de Foucauld – místico, referencial e patrimônio espiritual para o nosso mundo cristão, na experiência do absoluto de Deus –, que será canonizado pelo Papa Francisco no dia 15 de maio de 2022. Igualmente, somos convidados, a partir da Oração do Abandono, a levar a sério o Evangelho da Cruz, longe dos primeiros lugares, nunca perdendo de vista a conversão permanente, tendo Jesus de Nazaré, o Cristo eucarístico, como eixo da nossa vida cristã.
No mundo utilitarista, que busca os primeiros lugares e é marcado por vantagens, atitudes e comportamentos acintosos, em detrimento do bem maior e em favor da humanidade, seja no Brasil, na América e em todo o planeta, recordamos, agradecidos ao bom Deus, sobre a vida de Carlos de Foucauld, que ensinou à criatura humana – e, especialmente, aos seus seguidores – a misteriosa importância do caminho da contemplação, da oração e do último lugar.
Pensemos na radicalidade de sua vida, quando se colocou no último lugar, totalmente em harmonia com o Evangelho de Jesus de Nazaré, reservado e discreto, sem se esforçar para converter alguém, mas querendo fazer uma única coisa: “proclamar bem alto o Evangelho com a própria vida”. Que o nosso indulgente Deus, na solidão ou na aridez, como no exemplo do Irmão D’Foucauld, agora São Carlos de Foucauld, nos permita continuar a jornada do dia a dia, como sendo algo precioso e raro, uma dadivosa manifestação da bondade afável e terna de Deus: mérito, dom e graça.
Na canonização de Carlos de Foucauld, Deus quer se manifestar, abrindo caminhos, animando-nos com o alimento e com a água verdadeira, que, com seu próprio exemplo, fez sair água das pedras ou do rochedo, matando a fome e a sede de sua esposa sedenta: a Igreja. Na travessia do primeiro deserto, nota-se que se sucedeu o mesmo na vida das pessoas, mas com sua presença no meio do seu povo, na metáfora da Igreja, representado como se fosse sua esposa, que nem sempre foi correspondida, no amor do povo de Deus.
Que São Carlos de Foucauld rogue a Deus pela humanidade nestes tempos difíceis, acompanhando-nos e abençoando-nos em nossos desertos da vida.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
SÃO CARLOS DE FOUCAULD
Geovane Saraiva.
Em Charles de Foucauld, com seus propósitos concretos de vida no imenso deserto do Saara, temos o encontro e a descoberta progressiva e sempre maior do absoluto de Deus.
Neste tempo que precede sua canonização, somos desafiados a percebermos um Deus verdadeiramente amigo, irmão e companheiro. Temos que ter como fundamento sua espiritualidade, do mais profundo do coração, envolvido e mergulhado no mistério de Deus. Nos seus ensinamentos do Evangelho, o da Cruz do Senhor, o deserto quer ser a água miraculosa e redentora para aqueles momentos difíceis, sequiosos e de grande aridez. A solidão, ou aridez, no exemplo do Irmão D’Foucauld, permite-nos continuar a jornada do dia a dia, como sendo algo precioso e raro, uma dadivosa manifestação da bondade afável e terna de Deus: mérito, dom e graça.
Que o Evangelho da Cruz de Charles de Foucauld, aos olhos da fé, ajude o nosso deserto, despojando-nos de tudo o que nos impede de vivermos a proposta do Reino como um tempo de graças especiais. Deus quer se manifestar, abrindo caminhos, animando-nos com o alimento e com a água verdadeira, que, no seu próprio exemplo, fez sair água das pedras ou do rochedo, matando a fome e a sede de sua esposa sedenta: o povo de Israel. Na travessia do primeiro deserto, nota-se que se sucedeu o mesmo na vida das pessoas, mas com sua presença no meio do seu povo, na alegoria de Israel representado como se fosse sua esposa, que nem sempre soube corresponder ao amor de Javé.
Que São Charles de Foucauld interceda a Deus por nós, acompanhando-nos e abençoando-nos em nossos desertos da vida.
Geovane Saraiva