Ao final do Angelus o Papa Francisco anunciou o Consistório para a criação de novos cardeais, entre os quais Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, bispo auxiliar de Lisboa.
Após rezar o Angelus, o Papa Francisco anunciou para setembro a realização de um Consistório para a criação de novos cardeais, o nono de seu Pontificado. O primeiro foi em 22 de fevereiro de 2014, seguiu-se o de 14 de fevereiro de 2015; 19 de novembro de 2016; 28 de junho de 2017; 28 de junho de 2018; 05 de outubro 2019; 28 de novembro de 2020; 27 de agosto de 2022.
Eis o anúncio:
"Queridos irmãos e irmãs, tenho o prazer de anunciar que no próximo dia 30 de setembro realizarei um Consistório para a criação de novos cardeais. A sua proveniência exprime a universalidade da Igreja, que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. Além disso, a inclusão de novos cardeais na Diocese de Roma demonstra o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo.
Eis os nomes dos novos Cardeais:
1 - Dom Robert Francis PREVOST, O.S.A. (EUA), Prefeito do Dicastério para os Bispos
2 - Dom Claudio GUGEROTTI (Itália), Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais
3 - Dom Víctor Manuel FERNÁNDEZ (Argentina), Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé
4 - Dom Emil Paul TSCHERRIG (Suíça), Núncio Apostólico
5 - Dom Christophe Louis Yves Georges PIERRE (França), Núncio Apostólico
6 - Dom Pierbattista PIZZABALLA (Itália), Patriarca Latino de Jerusalém
7 - Dom Stephen BRISLIN, Arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul)
8 - Dom Ángel Sixto ROSSI, S.J., Arcebispo de Córdoba (Argentina)
9 - Dom Luis José RUEDA APARICIO, Arcebispo de Bogotá (Colômbia)
10 - Dom Grzegorz RYŚ, Arcebispo di Łódź (Polônia)
11 - Dom Stephen Ameyu Martin MULLA, Arcebispo de Juba (Sudão do Sul)
12 - Dom José COBO CANO, Arcebispo de Madri (Espanha)
13 - Dom Protase RUGAMBWA, Arcebispo coadjutor de Tabora (Tanzânia)
14 - Dom Sebastian FRANCIS, Bispo de Penang (Malásia)
15 - Dom Stephen CHOW SAU-YAN, S.J., Bispo de Hong Kong
16 - Dom François-Xavier BUSTILLO, O.F.M. Conv., Bispo de Ajaccio (França)
17 - Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, Bispo auxiliar de Lisboa (Portugal)
18 - Rvdo. Ángel FERNÁNDEZ ARTIME, s.d.b., Reitor-Mor dos Salesianos.
Juntamente com eles unirei aos membros do Colégio Cardinalício dois arcebispos e um religioso que se distinguiram pelo serviço à Igreja:
19 - Dom Agostino MARCHETTO (Itália), Núncio Apostólico
20 - Dom Diego Rafael PADRÓN SÁNCHEZ, Arcebispo emérito de Cumaná (Venezuela)
21 - Pe. Luis Pascual DRI, OFM Cap., confessor no Santuário de Nossa Senhora de Pompeia, Buenos Aires (Argentina)
Rezemos pelos novos cardeais, para que, confirmando a sua adesão a Cristo, Sumo Sacerdote misericordioso e fiel (cf. Hb 2, 17), me ajudem no meu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o Santo Povo fiel de Deus."
Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, bispo auxiliar de Lisboa
Dom Américo Alvez Aguiar Nasceu em 12 de dezembro de 1973 em Leça do Balio, Matosinhos. Em 1995 ingressou no Seminário Maior do Porto; Concluiu os seus estudos acadêmicos na Universidade Católica: primeiro Teologia (Porto) e depois um Mestrado em Ciências da Comunicação (Lisboa);
Em 2001 foi ordenado sacerdote por Dom Armindo Lopes Coelho;
2001/2002 - pároco de S. Pedro de Azevedo, Campanhã;
2001/2004 - Tabelião na Cúria Diocesana;
2002/2015 - Responsável pelo Escritório de Informação/Comunicação;
2002/2008 - Assistente Regional do Corpo Nacional de Escoteiros;
2004/2015 - Vigário Geral, Chefe de Gabinete dos Bispos do Porto e Capelão da Cúria Diocesana. e Capelão-Mor da Misericórdia do Porto;
2007/2015 - Vice-Reitor do Santuário Diocesano de Santa Rita (Ermesinde);
2014/2015 - Pároco in solidum da Catedral;
Foi membro do Cabido Portucalense de 2017 a fevereiro de 2019;
Foi Diretor da Secretaria Nacional de Comunicação Social de 7 de abril de 2016 a 1º de maio de 2019;
Nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar de Lisboa a 1 de março de 2019. Ordenado bispo titular de Dagno a 31 de março de 2019, na Igreja da Trindade, Porto; É Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023. É Diretor do Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa.
A surpresa de Francisco e as púrpuras no mundo
Ao celebrar o consistório em setembro, o Papa quer que toda a atenção no mês seguinte esteja voltada para o Sínodo. São significativos os barretes para os bispos de fronteira, mas também a inclusão do núncio nos Estados Unidos
Muitos tinham a convicção de que o ano de 2023 terminaria com um consistório para novos cardeais – ademais, com este Francisco terá celebrado nove deles em dez anos de pontificado -, mas ninguém esperava um anúncio em julho com a "criação" de 21 purpurados no final de setembro, às vésperas do início do primeiro dos dois Sínodos sobre a sinodalidade. Já havia ocorrido há um ano, para o oitavo consistório, celebrado em 27 de agosto de 2022.
Percorrendo a lista dos 21 nomes, dos quais 18 com menos de oitenta anos e, portanto, eleitores em um eventual conclave, se veem confirmações junto à Santa Sé (por exemplo, os três novos prefeitos de importantes dicastérios curiais, o dos Bispos, o das Igrejas Orientais e o da Doutrina da Fé) e no mundo (por exemplo, as púrpuras para o novo arcebispo de Madri e o de Bogotá). Além de "surpresas" que estão de acordo com as escolhas feitas até hoje pelo Sucessor de Pedro. Dois núncios eleitores constituem a novidade mais significativa, cujo precedente deve ser buscado no consistório de novembro de 2016, quando foi criado cardeal Mario Zenari, embaixador do Papa na Síria, onde permaneceu. Nesse caso, tanto Emil Paul Tscherrig, 76 anos, núncio apostólico na Itália; quanto Christophe Pierre, 77 anos, núncio nos Estados Unidos, são prelados que estão chegando ao fim de seus serviços diplomáticos. Particularmente digna de nota é a inclusão de Pierre, um homem de grande equilíbrio, que desempenhou e continua desempenhando um papel importante colaborando com Francisco na escolha de novos bispos para a Igreja estadunidense.
Também chama a atenção a púrpura de Pierbattista Pizzaballa, o primeiro patriarca latino de Jerusalém a receber o barrete. A Igreja "mãe" da Cidade Santa por excelência, a Igreja latina daquela Terra Santa que continua a ser um terreno de ódio, confrontos e violência, agora tem mais um certificado para se envolver no governo da Igreja universal por meio da colaboração com o Papa para a qual cada novo cardeal é chamado.
Significativas, como atenção às periferias e às Igrejas de fronteira, as púrpuras para Stephen Mulla, arcebispo de Juba, no Sudão do Sul, país visitado por Francisco em fevereiro passado, bem como para Stephen Brislin, arcebispo de Cidade do Cabo, na África do Sul, e Protase Rugambwa, arcebispo coadjutor de Tabora, na Tanzânia: as três sedes metropolitanas africanas terão um cardeal pela primeira vez.
Também é digna de nota a inclusão entre os eleitores do novo bispo de Hong Kong, Stephen Chow Sau-Yan, e do Reitor-Mor dos Salesianos, Ángel Fernández Artime. Entre os eleitores com mais de 80 anos estão o ex-núncio e ex-secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Agostino Marchetto, estudioso do Concílio Ecumênico Vaticano II, e o idoso frade capuchinho argentino Luis Dri, confessor: ambos já eram bem conhecidos de Francisco antes de sua eleição para o pontificado.
Com o consistório de 30 de setembro, o número de cardeais eleitores no caso de um conclave aumentará para 137. Bem acima do teto de 120 estabelecido por Paulo VI, mas que já foi ultrapassado em várias ocasiões tanto por João Paulo II e como por Bento XVI. Com as estatísticas do final de setembro, a Europa terá 53 cardeais eleitores (incluindo 15 italianos); 15 cardeais eleitores na América do Norte (11 nos EUA e 4 no Canadá); 24 cardeais eleitores na América Latina; 19 cardeais eleitores na África; 23 cardeais eleitores na Ásia e 3 cardeais eleitores na Oceania.