quarta-feira, 7 de novembro de 2018

AVALIAÇÃO DO RETIRO 2018

Foto de um retiro antigo, anos 90

DO BOLETIM 156 DE JUNHO 2018


Pe. Jaime Schmitz- Diocese de São José dos Pinhais/PR



O retiro anual aconteceu no Centro de Espiritualidade Monte Carmelo, em Londrina, no norte do Paraná, de 15 a 22 de janeiro de 2018.

O local foi bem favorável ao retiro, e a realização
de um encontro de formadores para a vida presbiteral na mesma casa em nada atrapalhou.

Frei Gentil foi de fato muito gentil conosco (um predestinado...).

Nossos retiros são deferentes dos outros em que participamos. Tivemos a presença de mulheres e homens: doze leigas, três leigos, um bispo, trinta e três padres, dois seminaristas, um diácono, um diácono permanente que, como médico, socorreu 27 dos participantes na hora do "derrame intestinal" e estava disponível em outros momentos...

Outra diferença é a participação de todos em diversos tipos de trabalho na parte da manhã, pois a realização do trabalho manual é uma das inspirações da mística de Charles de Foucauld a partir de Jesus em Nazaré, que nos ajudam a gritar o evangelho com a vida. 

As oito equipes foram formadas para cuidar de corredores e sanitários, do gramado, dos carneiros, da louça e limpeza do refeitório, da capela, do auditório, dos serviços da cozinha, da liturgia.

Carlos nos ajudou com o penoso trabalho de secretaria. Para os serviços externos e fotocópias: Didi; os de finanças e tesouraria: Anchieta e Ernesto; os de saúde: diácono José Gomes e Almir; pára os trabalhos manuais: Sílvio Gutierres. Agradecemos a orientação do retiro pelos padres Freddy e Jaime e a coordenação pelo Gildo. 

Também é somente nos nossos retiros que posso ouvir testemunhos de experiências missionárias: Almir na Pastoral Carcerária, Sílvio na formação presbiteral, Carlos como professor, João Poli e Tiago como missionários na Amazônia, Didi como missionário no Piauí, Gildo como coordenador da Fraternidade e Anchieta se preparando para missão ad gentes, no Haiti.

Nosso retiro não nos isola do que acontece no mundo, mas partilhamos reflexões sobre a conjuntura eclesial e sociopolítica, para que nossa espiritualidade tenha os pés no chão, como a de Jesus de Nazaré. A realidade brasileira teve momentos difíceis sob o governo anterior, mas com o golpe parlamentar-jurídico-midiático, o caos é ainda maior. Tivemos a preciosa ajuda do Nelito para ter alguns elementos de análise. 

Por fim, outra marca dos nossos encontros anuais, que não encontro em retiros na Diocese em que estou (acredito que os/as demais participantes também não) é o dia de deserto. É a pérola preciosa! É muito bom colocar por escrito, a fim de poder partilhar depois no grupo de fraternidade e guardar essa pérola para si para o resto do ano.

Esse silêncio é tão importante que foi sugerido, para os próximos anos, que não se ocupe todas as noites e que se dê mais tempo para a meditação. Um horário menos apertado.

Como se vê, não tivemos apenas coisas boas, é claro! Falhamos em alguns pontos, especialmente no silêncio, que é fundamental para um bom retiro. O excesso de comunicações por redes sociais, especialmente o Whats App, as fotos sendo tiradas a todo momentos, atrapalham a concentração. Uma das fraternidades, pelo menos, ficou com pouco serviço manual, por má distribuição das tarefas. Faltaram mulheres dando testemunhos na partilha de experiências missionárias. Ainda no momento da avaliação, olhamos para a Igreja, e manifestou-se certa decepção com a Igreja no Brasil e no mundo. Lembramos que as irmãzinhas estão fechando suas casas. Passou-se o tempo em que os/as missionários/as estrangeiros/as tinham  tal atração pela experiência eclesial vivida aqui que não sentiam mais vontade de voltar para suas terras.

Semp´re permanecem desafios de vivência cristã a partir do retiro. Penso que tanto para quem permaneceu em Londrina, por causa do Intereclesial das CEBs, quanto para quem teve que voltar par a sua casa renovou-se, um pouco mais, em sua fé, esperança e amor-doação pelo Reino.