quinta-feira, 28 de setembro de 2017

FERMENTO NA MASSA - INTRODUÇÃO



APANHADO GERAL DO LIVRO “FERMENTO NA MASSA” , “ AU COEUR DES MASSES” , do Pe. René Voillaume (+2003), livraria Agir, 1958, em forma de resumo. Os sub-títulos foram colocados por mim mesmo, pois não existem no livro.



Pensei em fazer isto apenas para que os que não tiveram a oportunidade de ler o livro possam ter uma noção dele. Não sou especialista nisso e pode haver trechos que interpretei mal. Se isso ocorreu, peço desculpas e aceito correções. O que estiver entre aspas são palavras próprias do autor do texto.

PREFÁCIO DE D. HELDER CÂMARA (22/08/58)

(na época, arcebispo auxiliar do Exmo. Cardeal D. Jaime Câmara).


Moças de aparências de ciganas (vestido grosseiro de mescla, pano na cabeça) e moços de ar ingênuo (roupa simples, sandálias, cabelo quase a zero) são vistos em várias cidades do país. São Imãzinhas e Irmãozinhos do Padre Foucauld e “trazem ao nosso século, cansado de beberagens, o vinho do absoluto”.

Carlos de Foucauld, (em que no ano de lançamento da versão brasileira faria 100 anos de idade se estivesse vivo), “depois de um curso militar medíocre, foi mandado a contra-gosto para a África. Lá o esperava a graça de Deus. Os mistérios do deserto e do Islamismo despertaram-no para a vida religiosa e levaram-no a encontrar-se com Jesus Cristo”, auxiliado pelo Pe. Huvelin.

Apostolado oculto, como o do Mestre em Nazaré, “viveu apostolado em plenitude e já estava remindo a humanidade”.

“Foucauld se escondeu no deserto e na própria Nazaré”, onde aprofundou sua compreensão do apostolado oculto: onde ele simplesmente estivesse ou morasse, unido a Jesus, este “ali estaria e moraria, agindo ocultamente e santificando o ambiente”.

Nunca conseguiu seguidores em vida, mas agora isso é realidade hoje através dos Irmãozinhos e das Irmãzinhas, que escolhem os lugares menos desejados na terra “onde residem criaturas em situação infra-humana ou em estado de rejeição ou de abandono.”

No Brasil (em 1958) um grupo residia numa das favelas do Rio de Janeiro, “outro entre os índios Carajás” e “uma Irmãzinha já esteve durante três meses como prisioneira voluntária, na Penitenciária de Bangu”.

Eles e elas “levam nos nosso dias à últimas consequências as lições do Evangelho. Fazem, hoje, o que faria S. Francisco de Assis, se entre nós estivesse. Loucos como ele, sublime como ele”.

Este livro nos faz medir nossa mediocridade, mas tem o “selo evangélico e as bênçãos de Deus “ porque a “impressão final não é de desânimo: é de humilhação confiante e é daí que nasce a humildade contra a qual o diabo nada pode e à qual o próprio Deus não sabe resistir”.

Por isso estas páginas servem a todos e a todas, “são úteis e necessárias, indispensáveis a todos “ e a todas. “São mais nossa do que propriamente deles” (dos Irmãozinhos e Irmãzinhas). Rio de Janeiro, 22/08/1958, +Helder Câmara, Arcebispo auxiliar do Exmo. Cardeal D. Jaime Câmara


PREFÁCIO DE D. CARLOS, arcebispo de Aix, Arles e Embrun (original do livro).


Este livro é um apanhado das conferências que o autor, Prior dos Irmãozinhos e das Irmãzinhas de Jesus, lhes fez, “circulares que ele lhes enviou. Guardam um jeito de conversa (...) São mais um testemunho de vida do que um livro”.

“Há uma graça especial para o mundo moderno na mensagem do Irmão Carlos de Jesus”

“Estar presente a Deus, estar presente aos homens” - “Nestas poucas palavras resume-se a espiritualidade do eremita do Saara. Há nele um profundo sentido da oração, uma procura ardente do Cristo; toda a sua vida reduz-se a um olhar demorado sobre o “Bem-amado Irmão e Senhor Jesus”,a um comércio de amizade com Ele”.

Ao mesmo tempo, Irmão Carlos “sente a necessidade de estar presente aos seus irmãos, de assumir a vida laboriosa deles, de carregar os seus sofrimentos”

“Não exclui ninguém, ele é o “Irmãozinho Universal” ; amizade particularmente atenta ao pobre, ao mais abandonado”. Nesse contato, o Irmão Carlos se alimenta em sua vida de união com Deus.

Na vida apostólica deve haver sempre essa espiritualidade: presença a Deus e presença aos homens; “presença de amizade oferecida a todos”, mas “presença fundada sobre uma caridade sobrenatural, sobre uma comunhão no amor mesmo do Coração de Jesus.”

“A espiritualidade do Ir. Carlos é tão simples, de tal maneira se reduz ao essencial, que convém tanto“ ao apóstolo como ao contemplativo: leva-os a engajar-se inteiramente, sem desvios, pelo primado da oração, de uma união com Deus.



Pe. de Foucauld aceita o Evangelho todo, procurando torná-lo vida: “A imitação se mede pelo amor”. Abraçou a pobreza do Mestre. Que este livro possa ser o instrumento de Deus para todos os que o lerem.