Textos do Irmão Carlos de Foucauld
INTRODUÇÃO
Meu Senhor Jesus, Escrevo aquilo que te escuto dizer-me ...
Não me deixes escrever outra coisa a não ser tuas palavras, e faças com que escreva somente aquilo que queres que elas de fato sejam ....Faça em todo momento o que te direi de fazer, meu filho. Tenhas por guia teu diretor, o Evangelho, a Igreja, a razão iluminada pela fé, os acontecimentos, tua vocação. (...) Não sigas nem São Bento, nem São Francisco de Assis, nem São Bento Labre, nem Santo Aleixo, na imitação de sua vida, nas práticas pessoais ou nas suas regras. Siga-os no seu espírito geral que era o meu, espírito de amor a Deus e ao próximo, de pobreza, de penitência, de amor, de trabalho... Mas não procure segui-los em algum detalhe concreto. Siga-me somente a mim ...
Não me deixes escrever outra coisa a não ser tuas palavras, e faças com que escreva somente aquilo que queres que elas de fato sejam ....Faça em todo momento o que te direi de fazer, meu filho. Tenhas por guia teu diretor, o Evangelho, a Igreja, a razão iluminada pela fé, os acontecimentos, tua vocação. (...) Não sigas nem São Bento, nem São Francisco de Assis, nem São Bento Labre, nem Santo Aleixo, na imitação de sua vida, nas práticas pessoais ou nas suas regras. Siga-os no seu espírito geral que era o meu, espírito de amor a Deus e ao próximo, de pobreza, de penitência, de amor, de trabalho... Mas não procure segui-los em algum detalhe concreto. Siga-me somente a mim ...
Pergunte-me o que faria, ‘consulte as Escrituras’, olhe também os santos, não para segui-los, mas para ver como me seguiram, de tomar deles o que pensas que possa ter vindo de Mim... Siga-me a mim, somente a mim... (Retiro em Nazaré, 1897, Oeuvres.Spir. p. 525)
1)- BONDADE DE DEUS
Como és bom, meu Deus! Tu és sempre o mesmo! Tu és sempre aquele que “não quebra a cana rachada, nem apaga a chama que ainda fumega” (Oeuvres Spirituelles, p. 56)
Meu Senhor e minha vida ... Eu me afastava sempre mais de Ti ... e minha vida transformava-se em morte ... e nesse estado de morte ainda me mantinhas junto de Ti (Escritos Espirit., p.76)
Ó meu Deus, a que ponto tua mão me segurava e eu não a percebia! Como és bom e quanto me preservaste! Tu me cobrias com tuas asas, quando em nem mesmo acreditava em tua existência! (Écr. Spirit., p.76-77).
Um filho pródigo, acolhido não somente com inefável bondade, sem punição, sem reprimendas, sem nenhuma lembrança do passado, mas com beijos, com a única mais bonita e o anel do filho da casa, buscado ainda por esse pai abençoado, por ele trazido de volta de países longínquos (Med. Sobre o Evangelho, n. 382).
Ó Deus de bondade, que não cessaste de agir em mim desde meu nascimento, em mim e em volta de mim, para chegar a este momento, com que ternura “correste ao meu encontro e me cobriste de beijos”, com que prontidão me devolveste a túnica da inocência ... e a que divino festim, bem outro que o do filho pródigo me enviaste em seguida ... como é bom este pai do filho pródigo, mas Tu, mil vezes mais terno que ele! Para mim fizeste mil vezes mais do que ele para seu filho! Como és bom, meu Senhor e meu Deus! (Meditação sobre o Evangelho, n.. 382).
Não existe pecador tão grande, tão velho criminoso a quem não ofereça em alta voz o Paraíso, como o ofereceste ao bom ladrão, graças a um só instante de boa vontade (Meditação sobre o Antigo Testamento, Oeuvres Spirit. , p. 57)..
Nisto mostraste teu Amor: eu não existia e me criaste; andava longe de Ti e me trouxeste para seguir-te e me pediste para te amar (Pensamentos, Oeuvres Spirit., p. 336).
Eis que estarei convosco até o fim dos tempos!... Estas são as últimas palavras do Evangelho de São Mateus. Estareis sempre conosco, mas na Santa Eucaristia, sempre conosco, pela vossa graça, sempre conosco, pela imensidão de Vossa Essência divina que nos envolve, sempre conosco por vossa Onisciência, que nos vê o tempo todo, sempre conosco pela vossa Providência, que nos protege o tempo todo, sempre conosco pelo vosso Amor, pelo vosso Coração que nos ama infinitamente. Ó meu Deus, que felicidade! Que Felicidade! Deus conosco, Deus em nós, Deus no qual nos movemos e somos. Deus que é a dois metros de mim no sacrário... Ó meu Deus, que mais preciso? (Oeuvres Spirit. p. 789)
Vejo que a solidão aumenta. Sinto-me cada vez mais sozinho no mundo. Alguns retornaram à Pátria, outros têm sua vida cada vez mais distante da minha. Sinto-me como uma azeitona, deixada só na ponta de um ramo, esquecida após a colheita. Com a idade, esta comparação da Bíblia me vem sempre à lembrança... Mas Jesus permanece: Jesus, o Esposo imortal que nos ama como nenhum coração humano é capaz de amar. Ele permanece agora e permanecerá para sempre. Ele sempre nos amou e Ele nos ama neste instante e nos amará até o último suspiro caso não recusemos seu amor. Ele nos amará eternamente... (Carta à sra. de Bondy, 1/9/1910. Oeuvres Spirit. p. 719).