segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

09- A POBREZA

Na Fraternidade não emitimos votos, nem o da pobreza, mas aceitamos os desafios do Evangelho.
Vivendo num continente empobrecido e numa nação de profundos contrastes sociais, não somos ricos, mas também não vivemos na insegurança do dia a dia.

Num pais onde é possível passar num mesmo dia da idade da pedra lascada à da alta tecnologia, reconhecemos que a pobreza material está subordinada às legítimas obrigações de nosso ministério presbiteral. O exercício do ministério no contato direto com a vida do nosso povo nos leva a distinguir entre a pobreza como virtude e a pobreza como desgraça social.

Estamos convencidos de que o ponto de partida para a vivência da pobreza como virtude está na liberdade interior, liberdade do coração, que nos torna generosos servidores num mundo de contradições.

Consequentemente, o carisma do Irmão Carlos nos leva ao compromisso efetivo com os empobrecidos, os menos amados, os esquecidos e excluídos. A consciência do mundo dos pobres na Fraternidade Internacional mantém viva a sensibilidade de cada irmão e é um constante desafio para todos.

A Fraternidade nos ajuda a não escolher lugar, a aceitar o que ninguém quer, a estarmos disponíveis quando precisam de nós. Nossa pobreza de padres seculares não está circunscrita a um lugar geográfico. A pobreza, em última análise, está em nós, em nossas limitações, e a vivência da pobreza como virtude não depende de onde moramos, mas das pontes que somos capazes de lançar a partir do nosso lugar. Nós mesmos estamos pobremente equipados para realizar a missão de Jesus na terra e os meios de que dispomos são pobres por opção.

A fraternidade ajuda também um irmão a discernir sobre o uso do dinheiro. Não se trata de pedir permissão para gastos, mas de questionar ou ao menos de se interrogar sobre a validade de certos gastos. Nesta dimensão da espiritualidade, a vida do Irmão Carlos permanece uma fonte de intranquilidade e desconforto, verdadeiro estímulo para a liberdade.