Meu Senhor Jesus, como se fará logo pobre aquele que, amando-te de todo coração, não suportar ser mais rico do que seu Bem-Amado.
Meu Senhor Jesus, como se fará logo pobre aquele que, lembrando de tudo aquilo que fizermos a um destes pequenos é a Ti que fazemos, e que tudo o que não fizermos, é a Ti que não fazemos!....
Meu Senhor Jesus, como se fará logo pobre aquele que, lembrando de tudo aquilo que fizermos a um destes pequenos é a Ti que fazemos, e que tudo o que não fizermos, é a Ti que não fazemos!....
Como se fará logo pobre aquele que receber com fé tuas palavras: “Se quiserdes ser perfeitos, vendei o que tendes e dai aos pobres...”. Bem-aventurados os pobres, pois todo aquele que tiver deixado seus bens por minha causa, receberá aqui cem vezes mais, e, no Céu, a vida eterna...
Meu Deus, eu não posso conceber o amor sem uma necessidade, uma imperiosa conformidade de semelhança e, sobretudo, de partilha de todos os sofrimentos, de todas as dificuldades, de todas as durezas de vida... Ser rico, à vontade, viver facilmente de meus próprios bens, quando foste pobre, pressionado, vivendo penosamente de um duro trabalho: para mim não é possível, meu Deus... Eu não posso amar assim.
Não julgo ninguém, meu Deus, os outros são teus servidores e meus irmãos, e tenho que amá-los, fazer-lhes o bem e rezar por eles. Mas para mim é impossível compreender o amor sem uma busca de semelhança,um amor sem a partilha de todos os sofrimentos, sem o ardente desejo de conformidade de vida e sem a necessidade de partilhar todas as cruzes. (Retiro em Nazaré, 1897. Oeuvres Spirit. p. 520-521).
Não satisfeito em mostrar a cada passo da Escritura sua predileção pelos pequeninos, Deus a vir à terra num corpo mortal, quis ser de tal maneira o menor, tomar de tal maneira o último lugar que ninguém lhe pôde arrebatá-lo (Qui peut resister à Dieu).
Quanto a mim, que eu busque sempre o último dos últimos lugares, para ser tão pequeno quanto meu Senhor, para segui-lo passo a passo como discípulo fiel. Viver na pobreza, na abjeção , no sofrimento, na solidão, no abandono, para permanecer com meu Senhor e meu Irmão, com meu Esposo, meu Deus, que assim viveu toda sua vida e disso me dá tão grande exemplo desde o nascimento (Écrits Spir. p. 56).
Vejam nessa encarnação o amor pelos homens, o amor a que Deus tem por eles e que, por conseguinte se deve ter a exemplo dele, para ser perfeito como o Pai celeste é perfeito. Como esse amor é ativo, atuante, como é profundo a ponto de fazê-lo galgar de uma só vez a distância que separa o finito do infinito, empregar, para nossa salvação, esse meio exterior, inédito, a Encarnação. Ele, Deus, Criador, viver nesta terra... (Écrits Spirit. p. 126).
“Meus filhos, o dia está a acabar... apenas mais umas palavras... Aproxima-se o desenlace, e este retiro de Efrém está quase acabado ... Amanhã de manhã partiremos para a Galiléia... Quero no entanto dizer-vos ainda três coisas, enquanto estamos recolhidos neste solidão, antes de tudo, pobreza, pobreza, pobreza. Lembrai-vos dos meus exemplos e das minhas palavras acerca da pobreza: nasci numa gruta, cresci numa casa modesta, filho de pais pobres e, como eles, vivendo pobremente do trabalho das nossas mãos, até ao dia em que passei os dias inteiros a pregar, depois destes anos, aceitava para viver as esmolas dos fiéis, mas apenas o suficiente para viver tão pobremente como quando era operário. Nada me pertencia no Mundo, nem tinha uma pedra onde reclinar a cabeça.
Escolhi os meus companheiros, os meus apóstolos, entre os pobres, pregando a pobreza. Lembrai-vos das minhas palavras: “Bem-aventurados os pobres!... Desgraçados dos ricos... Se quereis ser perfeitos, vendei o que tendes e daí o dinheiro aos pobres... se não renunciares a tudo, não vos podeis tornar meus discípulos... Não se pode servir dois Senhores ao mesmo tempo, não se pode amar a Deus e ao dinheiro... Lázaro, pobre, foi levado pelos anjos ao sei de Abraão.
Os que deixam tudo para me seguir, recebem o cêntuplo neste Mundo, e no outro, a vida eterna... “Não quero deixar findar este dia sem vos repetir: “Pobreza, pobreza, pobreza!... Fé na oração... Humildade” (Retiro em Efrém, 2ª f. depois do 4º dom. da Quaresma. Textos Espir. p. 178-179)